O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa
Alberto Caeiro
Um olhar de Alberto Caeiro veio-me como um raio, depois de ler um texto bastante árcade...
Eu, tão habituada a louvar os versos de Álvaro de Campos, ouço seu mestre em meus ouvidos e penso nalguns versos:
Viver é, muitas vezes, somente olhar sem esperar mais nada além do que se vê.
Pois aquilo que se vê é o que é
E talvez o que é
seja o melhor, seja o que tem que ser
Pois aquilo que se vê é o que é
E talvez o que é
seja o melhor, seja o que tem que ser
Viver sem expectativas - Talvez seja este o segredo para se viver em Paz. Mas como é difícil...
ResponderExcluirBeijos, Bezerra.
Linda postagem , Bezerra! "O mistério é haver quem pense no mistério". Este verso é simplesmente grandioso.
ResponderExcluirAlberto Caeiro é o mestre do Álvaro e do próprio Pessoa. Um grandioso mestre (talvez seja de todos os poetas rs). Lindo d+!!!
O que é calmo e bom não erra porque não é nada além do que se é ou do que se vê.
Abraços.
Jefferson
Nydia, como poeta é tão difícil olhar as coisas e ver só as coisas... Vemos sempre mais, ou talvez, menos do que ali está.
ResponderExcluirMas, Caeiro, mestre como disse Jefferson de Pessoa e também de seus heterônimos via o mundo de forma simples.
Simples...
A flor era a flor e as coisas eram as coisas... Deus era a flor, o rio de sua aldeia...
Seu olhar simples e sem crenças, era um olhar maravilhoso. Era, como Pessoa o descrevia, o mais panteísta do panteístas.
Caeiro é um pai para o Modernismo.
Jefferson, concordo contigo, o verso é lindo e absoluto.
Deveras, talvez de todos os poetas,o mestre; ele é O GUARDADOR DE REBANHOS.
Obrigada pelas visitas.
Beijos,
Ry.
"Viver é, muitas vezes, somente olhar sem esperar mais nada além do que se vê."
ResponderExcluirMuito verdade,
eu vejo exatamente o contrário todos os dias!
O esperar além do que se vê! Um erro, não temos mais tempo pra isso!
Mas há tanto do improvável causando estranheza...
ResponderExcluirMas as desilusões aquebrantaram o homem que fez da ilusão a vida e talvez seja para este lugar onde nada para além do que se enxerga se vê, que a humanidade caminha. O seco, o árido, o estéril, o duro da realidade sem sonhos ou esperança.
Parece sim que a desesperança é uma pandemia avassaladora a pronunciar vazios e desamparo. Tenho pensado nisto que está ai em teu texto.
Mas continuo a escrever poesia...
Beijos, querida.
Boas festas.
Ry seu blog tá lindo!!
ResponderExcluirvc escreve bem mesmo...
Como foi o Natal ? Tudo bem ?
Ry,
ResponderExcluirO olhar que desbasta o sonho para decifrar-se no visto.
Tu és mocinha-pensadora.
Beijos, amiga.
Marcelo.
Caeiro e BG - que dupla!
ResponderExcluirMuito obrigada a todos que comentaram.
ResponderExcluirSinceramente, isto que escrevi pareceu-me bastante incomum. Pois, como já disse estou acostumada a louvar Álvaro de Campos, tão elouquente e inconformado, mas, um raio passou neste fim de ano e ao invés de esperar tantas coisas; decidi, de repente, fazer diferente; então que a diferença comece com um verso.
Beijos,
Ry.
_______________