novembro 29, 2009

Sou delírios


“Não pondero, sonho; não me sinto inspirado, deliro”. 
Fernando Pessoa




Desenho de William Blake - O Vendaval dos Amantes, 1824-27


Sou uma ilusão
Impressão – talvez – derradeira
Coisa primeira de sonhos infantis
Sou delírios; nunca fatos
Mas posso ser atos
De um ator gritante
Sou gigante
Bebo: deletério que corrompe
Aquilo que ainda chamam de alma
Aquilo que os gregos nomearam psiquê

Penitência atroz:
Não vivo,
Sonho o inalcançável
Sonho não sonhar diferente
Todos os dias

Lucas Betancourt





 

3 comentários:

  1. Perfeita descrição poética dos delirios e das mentes delirantes. A mente humana em poesia. Belíssimo delírio.

    Abraços e boa semana.

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  2. Obrigada, Mai.

    Boa semana para ti também.

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  3. Bezerra

    Que bonito isso. Não conhecia. A mente, a alma, o coração. O que é real? O que é sonho?
    Viver ainda é um insondável e fascinante mistério.

    Beijo!

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"Tudo vale a pena se a alma não é pequena." Fernando Pessoa