“Esta velha angústia, esta angústia que trago há séculos.”
FERNANDO PESSOA
Esta nova e velha angústia
Que se fez mais angústia por eu tentar esquecê-la
Esta que finjo que não tenho
E diante dos outros sou mais angustiantemente falso
Eu que é o mais salutar dos homens
E, no entanto acho-me o mais maluco dos seres
E que vivo assim diferente de mim
Eu que pareço são e que na verdade não sou
Nada sou
E tudo sou, pois há em mim a vontade de saber
De saber e decidir-me o que ser
Pois ajo diferente em público
Disfarçadamente bom e modelo social
Ah! Mais que farsa é esta?
Eu não sou são
Pois são na verdade não me interessa ser
Faça- me entidade maior louco de vez
Pois que não agüento falsificar-me perante o mundo
E ser taxado de ser normal, o homem exemplar
Ora, que não sou exemplo
Sou exemplo só se for de loucura e desalento
Se eu me decidir
Não decidir não!
Já está feito
Sou louco imensamente louco
Sou um sujeito maluco
Estou pronto para me libertar desta vida mundana
Lucas Betancourt
Nossa!!!!!! Amo esse poema de Drummond!
ResponderExcluirMuito obrigada pelo comentário em meu blog. E PARABÉNS PELO SEU! É muito bonito!
Beijo.
Ah... as angustias. Velhas ou novas, talvez sejam o que nos move... Bom final de domingo! bjs.
ResponderExcluirNos movem mesmo!!!
ResponderExcluirBeijoss
Foi um prazer visitar seu blo Vanessa!
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